ABSTRACT
Os autores enfatizam a utilidade das várias modalidades terapêuticas dos métodos de substituiçäo renal em terapia intensiva pediátrica. As técnicas que näo acarretam súbita modificaçäo do estado volêmico e que sejam de uso contínuo säo as preferidas para a estabilizaçäo hemodinâmica dos pacientes. A hemofiltraçäo, em suas diferentes formas de aplicaçäo (CAVH, CVVH, CAVDH, CVVDH), tem se revelado adequada como técnica alternativa à diálise peritoneal. Nas situaçöes em que há inviabilidade de utilizaçäo da membrana peritoneal, pode ser método de escolha para se obter rápida regulaçäo hidroeletrolítica. As dificuldades de uso na faixa etária pediátrica se devem aos cuidados redobrados no controle volêmico, espoliaçäo sanguínia, necessidade de transfusöes freqüentes, utiliza äo de anticoagulaçäo, manutençäo da temperatura corpórea e necessidade de hemofiltros pequenos e de alta eficácia. A utilizaçäo da hemofiltraçäo para outros objetivos, como a remo äo de mediadores da resposta inflamatória, permanece controversa. A estabilizaçäo hemodinâmica secundária à remoçäo de fluídos e regulaçäo eletrolítica parece ser o fator preponderante na melhora dos pacientes. Este artigo revê as regras gerais para início, implementaçäo e manutençäo de um programa de substituiçäo renal através da hemofiltraçäo em terapia intensiva.